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Inferno na Terra!!!
 
Apocalipse.

                         Akyrel aponta para o buraco e todos observam que um par de garras se prende a borda. Ao puxar o corpo para cima, Akyrel reconhece o ser embaixo da lama que recobre seu corpo. O caçador Richter não esconde o espanto em seu rosto por se tratar dele, o próprio maligno, Lúcifer.
                         - Porque o espanto Andreas Richter, você não disse que caso seu destino fosse ser destruído que eu viesse pessoalmente busca-lo? Pois bem, vim realizar o seu pedido.

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                         - Então Caçador? Estou aqui exatamente como você queria.
                         - Você não vai me levar sem uma boa luta Lúcifer.
                         - Ora essa, Caçador. Eu prefiro negociar com você. Seu Deus sempre brincou contigo e fez de você o que? Um campeão dele? Besteira. Eu posso fazer de você um rei. Que é muito melhor que um campeão.
                         - Poupe suas palavras Lúcifer. Você não vai conseguir atingir o coração destes guerreiros.
                         - Akyrel. Você me deixou tão triste com suas atitudes. Você poderia ter se tornado o meu braço direito nesta terra e depois no paraíso D’Ele. Bastava me aceitar e me ajudar a vir a terra.
                         - E deixar-me consumir para que você vivesse aqui?
                         - Eu o traria de volta meu jovem. Ou você acha que eu não demonstraria gratidão?
                         - Guarde sua lábia, Lúcifer. Você sabe que do mesmo modo que chegou aqui você irá voltar para as profundezas.
                         - Ora, então não podemos ter um diálogo tranquilo? Noelle? Kabai? Dos quatro vocês são os seres chamados nefastos, ou seja, já tem suas almas ligadas a mim. Porque não tornarem-se tudo que podem de uma vez? Meus príncipes?
                         - Eu não aceitei você no passado, não será agora Lúcifer.
                         - Só existe uma pessoa nesta terra a qual eu me proponho a seguir, demônio. – ele vira-se para Richter. Eu continuo com você, Gaijin.
                         - Você é um perdedor Lúcifer. E vai voltar para o inferno.
                         - Você acha mesmo, Richter? Vocês não conhecem o meu poder. Eu posso destruí-los com um estalar de dedos.
                         - Porque não tenta, Lúcifer?
                         - Ousa mesmo me desafiar Akyrel?
                         - Pela honra e glória de Deus, sim.
                         Lúcifer, tomado pelo ódio e vendo-se confrontado por seres de coragem e fé inabalável, não pestaneja e arremessa uma bola de lama fervente nos guerreiros. Akyrel se posta à frente dos três e levanta sua espada. O meio anjo confia em sua fé para resistir ao poder de um dos mais antigos anjos criados pelo Senhor. Ele sabe que dificilmente resistirá, mas talvez ele consiga dar sua vida para proteger os guerreiros.
                         Para incredulidade tanto de Lúcifer quanto de Akyrel um facho de luz lançado do céu recobre o corpo do meio anjo e o protege do ataque do rei dos caídos. E diante de Lúcifer à frente de Akyrel se posicionam os arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.
                         - Irmãos. Resolveram intervir?
                         - Você vai voltar para seu buraco, Lúcifer.
                         - Eu gostava mais quando você me chamava de Estrela da Manhã, Miguel.
                         - Você não o é mais.
                         - Não nos obrigue a lutar contra ti, irmão. Você perderá.
                         - Sempre educado, não Rafael? Mas eu vou declinar ao seu pedido. Eu vou lutar sim. E toda minha horda também. Do meu reino eu invoco todo o meu exército contra vocês irmãos e que vença o mais forte.
                         - Teatral, Lúcifer, mas não será um final feliz para você.
                         - Veremos Gabriel.
                         Das profundezas do inferno toda a horda satânica do senhor da lama se levanta contra as forças de Deus. Os príncipes do inferno se posicionam ao lado de seu mestre no combate apocalíptico que se anuncia. Os anjos do Senhor caem na terra como meteoros brilhantes ao lado dos primeiros arcanjos. Se este era o apocalipse bíblico previsto, suas proporções realmente se apresentam como tal.
                         Richter, Noelle e Kabai se posicionam ao lado de Akyrel. O meio anjo já lutou ao lado dos arcanjos e sua força em combate o tornou respeitado no céu. Como meio anjo ele não pode ocupar a ordem hierárquica celestial, mas suas habilidades são reconhecidas e para seu júbilo, Rhael se posiciona bem a seu lado.
                         - Então o Força Celeste está de volta ao exército de Deus.
                         - Eu nunca saí, Akyrel. Apenas cumpri com meu castigo por um ato que Deus percebeu não ter sido errado. Ele sempre soube a força do amor que Ele mesmo criou.
                         - Sei disso. Seja bem vindo de volta. Será uma honra lutar a seu lado.
                         - A honra será minha. Humanos esta luta não é mais sua. Abriguem-se.
                         - Eu não vivi tantos anos em minha vida, frustrando os planos de Lúcifer em vir a terra para no dia de hoje me esconder. Se eu tiver que morrer, será lutando ao lado de vocês, anjos.
                         - Tem certeza, Caçador?
                         - Tenho.
                         - O vampiro e o Ghoull também?
                         Os dois assentem positivamente.
                         - Então que Deus olhe por vocês.
                         O posicionamento dos dois exércitos termina e eles se estudam, como numa guerra convencional dos homens na terra. Antes que o combate se inicie Rafael toma a palavra uma última vez.
                         - Lúcifer, meu velho irmão. Ainda há tempo para desistires deste intento e retornar a sua morada.
                         - Está brincando Rafael? Depois de tanto tempo tentando sair você acha que eu vou voltar para lá? Nunca. Eu vou destruir tudo e todos e tomar o céu para mim.
                         - Chega de blasfêmias, Lúcifer.
                         Com as palavras de Miguel um vento forte toma conta do local e Lúcifer começa a gargalhar. O irmão mais velho invoca seu poder para o combate. O apocalipse bíblico tem início.
                         Anjos e Demônios digladiam-se por ideais e necessidades opostas e os três caçadores lutam pela liberdade de sua terra. Eles que vivem há tantos anos neste mundo de Deus e tanto fizeram para evitar o domínio de Lúcifer tem agora sua fé, determinação e coragem testados ao limite. Até mesmo pelo fato de não serem anjos, como Rhael deixou implícito, e estarem ali, ao lado de Anjos do Senhor numa luta contra o Diabo.
                         Richter nunca lutou com tanta força e determinação em sua vida. Ele conheceu a lenda, Furio Archetti, e o viu em ação, mas nunca pensou um dia lutar como ele. Já Kabai e Noelle não raciocinam. Eles apenas combatem. Cada demônio que surge à sua frente cai prostrado pelo caminho. Se eles pensarem durante seu combate talvez desistam, pois mesmo tendo ouvido a voz de um anjo que falava em nome de Deus em sua mente, a dúvida sobre sua situação, sua condição não humana, poderia fazê-los esmorecer. E não é isso que eles pretendem. Seu foco é impedir e mandar o demônio de volta as profundezas.
                         Abrindo caminho entre as hordas de demônios menores, Richter se vê frente a frente com um velho conhecido seu.
                         - Wudal.
                         - Encontramo-nos de novo, Richter. Ainda lutando pelos perdedores?
                         - Eu luto pela justiça.
                         - Sua justiça. Sua maldita e hipócrita justiça. Você me condenou ao inferno, então como demônio, eu trarei o seu inferno até você agora. E depois que eu acabar com você irei atrás da maldita bruxa Marie.
                         Assim como no passado, Richter nem responde às lamúrias e ameaças de Wudal, sua espada é rápida em seu trabalho. Wudal se defende e inicia uma sequencia de ataques com suas garras e rabo na intenção de matar o caçador. Um, dois, três golpes, todos aparados por Richter.
                         - Continua rápido, caçador, mas eu tenho novos truques para você.
                         Wudal já imaginava que seus ataques seriam aparados por Richter e tenta um subterfúgio. Ele arremete seu rabo entre as pernas de Richter que num primeiro momento não liga para a ação, pensando em entrar num range mais próximo a fim de atravessar o peito do demônio, mas acontece o imprevisto: a ponta do rabo de Wudal foi prender-se a um bloco de concreto no chão e voltando com extrema velocidade atinge as pernas de Richter derrubando-o e deixando-o a sua mercê.
                         - Hora de morrer, Caçador.
                         - Ainda não.
                         Um relâmpago atinge em cheio o peito do demônio tirando-o de cima de Richter, que não perde tempo e enquanto levanta arremessa dois discos com selos gravados em latim a fim de prender Wudal.
                         - Você de novo? Voltou por ele?
                         Richter olha rapidamente para a direção da qual veio o relâmpago e para onde Wudal agora blasfema e a vê, sempre com a mesma beleza imortal que o encantou e encanta há séculos: Marie Delacour.
                         - Sim, Wudal, voltei por ele e pela defesa da humanidade. Está na hora da aniquilação Caçador.
                         - Sim minha senhora. Como Furio Archetti me ensinou. – ele olha para Wudal. Incendere carnem. Perdere ossa. Exorcismos in spiritu. Anihilare essentia. (Queimar a carne. Destruir os ossos. Exorcizar o espírito. Aniquilar a essência.)
                         - Nããããããooooo.
                         Enquanto o corpo de Wudal se esvai pelo poder de Aniquilação de Essência Demoníaca, o Caçador dá as costas e corre na direção de Marie, não pra abraça-la, mas para protege-la do ataque de um demonite que vem às suas costas. Como um tigre, Richter salta por cima da bruxa, que já tendo lutado ao lado de seu amado antes, se abaixa a permitir-lhe as ações e se levanta em seguida para ver o Caçador em fúria cortar em três partes o inimigo e lançar um feitiço ao redor dos dois, runas em latim, como Blanche lhe ensinara no passado, capazes de impedir a passagem dos demônios para dentro de seu circulo.
                         - Estava com saudades de você, meu Caçador.
                         - Eu também minha Senhora. O que faz aqui, Marie?
                         - Melhor perguntar isto depois. Temos um apocalipse para ajudar a impedir, meu senhor.
                         Lá na chamada linha de frente o confronto está tão mortal quanto na área em que lutam Richter, Marie, Noelle e Kabai. Lúcifer luta sozinho contra seus irmãos Gabriel, Rafael e Miguel.
                         - Desistam irmãos. Eu fiquei mais forte do que vocês três juntos.
                         - Nenhuma força bruta pode derrotar a fé, Lúcifer.
                         - Tolas palavras Gabriel. Elas não vão impedir-me de mata-los.
                         Lúcifer faz um movimento com suas mãos como que levantando algo do chão e os três arcanjos são arremessados para o alto como se não fossem nada. Fogo, terra e poeira sobem com eles.
                         - Eu disse que era mais forte, irmãos. Esta luta está praticamente acabada.
                         - Ainda não, Lúcifer.
                         Com o dispersar da poeira levantada, Lúcifer pode divisar a figura de dois anjos logo a sua frente, lutando em conjunto, acabando de destruir um de seus príncipes: Astaroth, o cavaleiro negro montado no escorpião. Rhael, o Força Celeste e Akyrel, o Samurai Celeste. Akyrel volta sua espada na direção de Lúcifer.
                         - Enquanto existir um anjo do Senhor de pé nesta terra, Lúcifer, a batalha não estará acabada.





Confira como tudo começou:
Inferno na terra!!!

 
Léo Rodrigues
Enviado por Léo Rodrigues em 31/03/2013
Alterado em 09/03/2014
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